Metafunções de Kress e Van Leeuwen (2006) e Lim-Fei e Tan ( 2017)
Metafunções de Kress e Van Leeuwen (2006) e Lim-Fei e Tan ( 2017)
Os estudos relacionados ao letramento crítico e recursos multimodais são relativamente recentes, no entanto, representam um ponto primordial no desenvolvimento crítico do sujeito. Nesse sentido, esse artigo tem como intuito apresentar as metafunções de quatro importantes estudiosos na área, Kress e Van Leeuwen (2006) e Lin-Fei Tan (2017). É importante destacar antes de tudo que o desenvolvimento dessas metafunções tiveram como pontapé inicial os estudos verbais de Halliday ainda em 1985. Em seus estudos, Halliday (1985) apresenta os conceitos de três modalidades de análise que são: ideacional, interpessoal e textual.
Nos anos seguintes, mais especificamente em 1994, O’toole inclui esses conceitos em modalidades visuais, expandido dessa forma o campo de análise multimodal. O’toole (1994) conceitua as seguintes modalidades: representacional, modal e composicional. Avançando os estudos na área do visual, Lemke (1998) apresenta novas modalidades, dessa vez intituladas como: apresentacional, orientacional e organizacional. Nove anos após isso, surgem os estudos de Kress e Van Leeuwen (2006), aplicando novamente o entendimento acerca das modalidades/metafunções. Eles apresentam as modalidades representacional, interacional e composicional. Recentemente, novos estudos nessa área ganharam destaque, mais especificamente em 2017 e realizados por Lim-Fei e Tan. Em seus estudos eles apresentam os conceitos de envolvimento, mensagem e forma.
Dentre as metafunções/modalidades destacadas acima, o presente artigo busca tratar de forma mais aprofundada os conceitos empreendidos por Van Leeuwen (2006) e Lin-Fei e Tan (2017). Buscando apresentar de forma clara e concisa as diferenças existentes entre as duas concepções. Para tratar das metafunções de Kress e Van Leeuwen, apoiaremo-nos em Almeida (2008), que apresenta as concepções dos autores de forma clara. Como já mencionado, as metafunções que para Kress e Van Leeuwen (2006) são determinadas como representacional, interacional e composicional, para Lin-Fei e Tan (2017) são reconhecidas como envolvimento, mensagem e forma.
Representacional x Envolvimento
De acordo com Almeida (2008), na concepção concepção de Kress e Van Leeuwen (2006), a metafunção representacional está dividida em narrativa e conceitual, a primeira é observada quando existem fatores que indicam uma ação. Já a conceitual é observada quando existe uma classificação dos participantes representados. Já para Lin-Fei e Tan (2017), o envolvimento diz respeito aos aspectos mais estruturais, como a proeminência do design visual, que envolve o tamanho, nitidez, primeiro plano, iluminação e contrastes de cor. Tem a ver também com a direção do olhar direto/indireto/sem olhar. Eles destacam também o poder, que diz respeito ao ângulo alto/baixo ou horizontal e por fim, a intimidade, quando a foto está longe/médio e próximo.
Interacional x Mensagem
Para Kress e Van Leeuwen (2006), a metafunção interativa diz respeito a estratégias de aproximação ou afastamento, isso a depender do texto em relação ao leitor. (ALMEIDA, 2008) Ainda nessa concepção, os autores destacam quatro recursos utilizados nessas metafunções, que são: contato, a distância social, a perspectiva e a modalidade. Já Lin-Fei e Tan (2017), trabalham com a ideia de mensagem, que também tem suas subdivisões como: o propósito, que pode ser educacional, ou de simples entretenimento e até mesmo de cunho econômico. Eles descrevem também a ideia de apelação (recurso apelativo), que está dividido em poder, razão e emoção. Eles destacam também os recursos representacional e contextual, no primeiro eles abordam o entendimento de ação literal e inferencial. No segundo, eles descrevem sobre o contexto de produção e recepção do público.
Composicional x Forma
Por fim, Kress e Van Leeuwen (2006) empreendem uma discussão acerca do recurso conhecido como composicional, esse recurso, de acordo com Almeida (2008), tem como função organizar e combinar diferentes elementos visuais de uma imagem para que dessa forma seja possível integrar os elementos representacionais. Os autores dividem essa metafunção em: Valor de informação, tem a ver com o local onde o participante ocupa; saliência, nessa, a imagem apresenta elementos para atrair a atenção do espectador e estruturação, que diz respeito à presença ou ausência de planos na estruturação. (ALMEIDA, 2008) Ademais, Lin-Fei e Tan (2017), apresentação a metafunção conhecida como forma, nela, os autores a subdividem em visual e língua. Em língua, eles destacam a exibição principal, além do foco de atenção e logomarca. Já em língua, eles destacam o título, marca, texto principal, slogan, nome do produto - lista, chamada ação e vista informativa.
Considerações finais
Após essa breve discussão, entende-se que apesar de ambos os estudos terem advindos de um mesmo entendimento, é perceptível as suas diferenças e pequenas semelhanças. Ademais, é importante destacar que um estudo não exclui o outro, sendo ambos de extrema importância para o entendimento de aspectos visuais muito presentes em nossa realidade cotidiana.
Referências
ALMEIDA, D. B. L. de. Perspectivas em análise visual. João Pessoal: Editora UFPB, 2008. p 11 - 31.
LIM, F. V. Teaching Multimodal Literacy - a Systemic Functional Approach. Functional Linguistics. 2017.
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